



O escritor José Luis Pacheco esteve esta tarde na nossa biblioteca. Esta visita prendeu-se com o facto de ter sido convidado para o Encontro Literário, promovido por um grupo de alunos do 12ºH. Este Encontro Literário teve lugar no Auditório da Secundária, pelas 14.30 horas, onde participaram alunos e professores. Abordou alguns assuntos relacionados com a sua vida e com a sua obra. Sobre “Cemitério de pianos” afirmou que o que estava em evidência era a transcendência. Neste livro a morte não surgiu como um fim absoluto. “As pessoas morrem e acabam por deixar alguma coisa”. Para José Luís Peixoto em “Cemitério de pianos” a questão da morte “é sempre vista pelo lado da vida”.
Falando do seu livro “Morreste-me” disse que é uma pequena ficção publicada integralmente, pela primeira vez, em edição de autor (2000). Foi com esta ficção, que José Luís Peixoto começou o seu percurso ascendente no meio literário português. Foi um livro dedicado ao seu pai falecido, imortalizando-o nas suas memórias. Um livro carregado de sensações e sentimentos.
Ainda respondeu às perguntas que os presentes lhe colocaram e terminou este encontro com a leitura de um poema.
Aqui vos deixamos o excerto de: “A Criança em Ruínas” com que este escritor deu início ao encontro:
“Na hora de pôr a mesa, éramos cinco: o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs e eu. Depois, a minha irmã mais velha casou-se. Depois a minha irmã mais nova casou-se. Depois, o meu pai morreu. Hoje, na hora de pôr a mesa, somos cinco, menos a minha irmã mais velha que está na casa dela, menos a minha irmã mais nova que está na casa dela, menos o meu pai, menos a minha mãe viúva. Cada um deles é um lugar vazio nesta mesa onde como sozinho. Mas irão estar sempre aqui na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco. Enquanto um de nós estiver vivo, seremos sempre cinco.”
Foi muito bom podermos conversar com este escritor.
Parabéns a todos os alunos envolvidos neste Encontro Literário!