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“Clube das Efes” com Beatriz Lamas Oliveira
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Convidada pela Biblioteca da Escola Secundária, em articulação com o Clube “Amigos do Verde”, e no âmbito de uma sensibilização para o conhecimento da terra, o planeta mágico que está ao nosso dispor e que, nos tempos que correm, por vezes nos esquecemos da sua diversidade, a escritora/ilustradora Beatriz Lamas Oliveira falou em pormenor da […]
“LIFE” – a ciência da Biologia
Autora do livro “O Clube das Efes” na nossa Biblioteca
As doninhas dão o título à aventura: “O Clube das Efes”. São elas a Faia, a Flor e o Freixo, encantadores membros deste exclusivo Clube que habitam numa aldeia de Entre Douro e Minho, escondida de olhares estranhos. A ação decorre entre as férias do natal e o fim de abril, com o recomeço das aulas.
Elas vivem as suas ativas vidas de animais selvagens, sem se preocuparem com os humanos. Procuram alimento, caçam, escondem-se nos abrigos onde se sentem seguras, acasalam e cuidam dos filhotes sem precisarem da ajuda das pessoas da aldeia. Mas, por vezes, em situações excecionais, como tempestades ou cheias, grandes secas ou incêndios, o território das doninhas, os seus abrigos, alimentos ou filhos, podem ficar em perigo.
Uma dessas situações de risco, para o bem-estar animal, ocorre inesperadamente nesta história. Serão a Faia, a Flor e o Freixo salvos a tempo?
Mas como, se homens e animais selvagens não falam a mesma língua?
Numa aguda situação de perigo, a ajuda das pessoas que observam e admiram as doninhas, pode preservar-lhes o habitat e defender a integridade do meio ambiente?
João Pedro Mésseder na EB1 da Boavista
Falou de si enquanto professor, poeta, homem sensível que se deixa “tocar” pelo mundo que o rodeia: a natureza, os animais, a beleza. Falou das suas origens. Da cidade do Porto, do rio Douro, do mar, da sua poesia, dos seus amigos: Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Luísa Dacosta… das árvores, dos pássaros, das palavras, que são aquilo com que constrói os seus livros.
Recordou o poeta/compositor brasileiro Vinícius de Moraes e ensinou os alunos a repetirem as frases do poema “A Casa”, enquanto estalava os dedos: Era uma casa muito engraçada/não tinha teto, não tinha nada/Ninguém podia entrar nela, não/Porque na casa não tinha chão/Ninguém podia dormir na rede/Porque na casa não tinha parede/Ninguém podia fazer pipi/Porque penico não tinha ali//Mas era feita com muito esmero/Na rua dos Bobos, número zero… Uma casa sem teto, sem chão, sem paredes, sem penico. Aprenderam a magia das palavras.
Respondeu às questões que os alunos lhe colocaram. Revelou o seu fascínio pelos ciganos. João Pedro Mésseder, terminou, brindando os nossos meninos, com o conto ” A galinha negra”. Todos puderam perceber nele a fantasia dos seus contos.
João Pedro Mésseder na EB de Boavista/Silvares
7.ºs anos visitam Igreja de Meinedo
Dando continuidade ao projeto da Biblioteca do Agrupamento em parceria com a Rota do Românico, intitulado “O que as pedras nos contam”, hoje foi a vez dos alunos do 7.º ano da Escola Secundária visitarem a Igreja de Santa Maria de Meinedo.
A guia intérprete da Rota do Românico, Dra. Tânia Nogueira, explicou aos alunos do 7.º ano que a Igreja Matriz de Meinedo foi dedicada a Santa Maria desde a sua fundação (1262) e, segundo a tradição, este edifício substituiu um antigo mosteiro, fundado antes da ocupação árabe da península, onde teriam sido depositadas as relíquias de Santo Tirso, oriundas da cidade de Constantinopla. Meinedo terá sido, nesse período, sede de um importante bispado. É que foi D. Afonso Henriques que doou estas terras a senhores de Meinedo que, com a sua lealdade, o ajudaram na luta contra os Mouros.
Revelou ainda a importância dos cachorros (pedra esculpida com figuras humanas na qual assenta uma cornija), no exterior da Igreja, nomeadamente para o povo que não sabia ler nem escrever. Mostrou uma sigla de canteiro na parede lateral exterior e explicou que o arco triunfal da Igreja, que separa a nave da capela-mor (na sua origem, construído em pedra) tinha sido coberto por talha dourada e que o teto da capela-mor era coberto por caixotões pintados com motivos da Bíblia…
Pensamos nós que, pelo grande interesse revelado, os alunos tenham adorado esta aula de campo.
Como fazer um relatório de uma visita de estudo?

Nesta terceira fase do projeto da Biblioteca, em parceria com a Rota do Românico do Vale do Sousa : “O que as pedras nos contam”, deu-se já início à aplicação de um conjunto de guiões de Literacia da Informação, previamente testados e intitulados: “Aprende a estudar” que funcionarão como instrumentos de apoio a aprendizagens variadas.
Ao longo desta semana, já está a ser aplicado o »»» Guião: Como fazer um relatório de uma visita de estudo? a todos os alunos do 4.º ano do nosso agrupamento.
Ao que parece, um sucesso!
História de uma pedra…
Era uma vez uma pedra.

Não. Não era uma pedra qualquer, como a pedra lascada ou a pedra polida da pré-história. Nem como a pedra filosofal, preciosa substância procurada pelos magos da Idade Média que transformava, milagrosamente, qualquer metal vulgar em ouro e curava o corpo humano de qualquer doença fatal. Não!
Era mesmo uma pedra. Um pedaço de uma substância sólida que se despegou da camada externa da crosta da Terra. Tanto mais que parecia um enorme calhau com o seu corpo duro, da natureza de um rochedo.
As pedras que nasciam desse magma eram o resultado de biliões de anos de endurecimento e conservação da lava dos vulcões. Então daí, começaram a despontar outras pedras. E as pedras daí arrancadas, depois de transportadas, medidas e talhadas, davam materiais formidáveis para a construção de grandes edifícios.
O pedreiro.

Depois de ter andado alguns anos a aprender na escola de pedreiros, com o mestre que o ensinou a construir pontes e igrejas, o pedreiro era um artista por excelência. Trabalhava onde houvesse uma obra a fazer. Escolhia os grandes blocos de pedra, talhava-os em forma geométrica e assentava-os, muito alinhadinhos, para que as paredes do edifício não ficassem tortas. À medida que ganhava prática, também ia ganhando liberdade para ir deixando a sua marca nos blocos de pedra.
Assim, ao fim do dia, contando todas as marcas (ou siglas) por si gravadas, sabia qual seria o seu salário.
Mas este pedreiro não era feliz sendo um pedreiro vulgar. Sonhava ser um escultor.
Ora bem… um escultor não! Naquele tempo chamavam-se canteiros.
Um dia decidiu partir da sua aldeia. Pegou na sua família e iniciou uma longa viagem.
Queria ser um mestre canteiro…
O Tâmega e o Sousa.

Estes dois rios banhavam um espaço recortado de verdes tingidos de azul: o Tâmega, largo, lento mas vigoroso, serpenteava por serras e vales; o Sousa, brilhante e cristalino, ao longo do seu caminho ia colorindo inúmeros vales de pasto nos pés do Marão. A satisfação com que o gado ali se alimentava e a fartura de árvores de fruto, cereais, linho e vinhas que ali cresciam, faziam deste lugar uma terra muito procurada para se viver. Começou a ser povoada por alguns homens e mulheres que depois se vieram a tornar ilustres.
Os nobres.

Das principais famílias nobres que por ali habitavam, três delas eram muito ricas e eram donas de grandes propriedades.
Leais aos seus princípios cristãos de grande coragem, estes senhores lutaram sempre com todas as suas forças para afastar os muçulmanos que lhes queriam roubar as terras.
Então, para se defenderem a si e à gente que nela habitava, viram-se obrigados a travar algumas batalhas importantes. Como recompensa pela ajuda prestada nessas batalhas, o rei doava mais terras a esses nobres fiéis. Formaram-se assim grandes domínios onde o povo, alegremente, trabalhava criando gado e cultivando.
Para se protegerem, esses nobres habitavam os castelos e esperavam fidelidade do seu povo. Claro que, um dia, os mouros, cansados de perderem todas as batalhas, acabaram por voltar para a terra deles.
Assim, as famílias dos Ribadouro, dos Sousas (ou Sousões) e dos Baião tornaram-se os grandes fidalgos e senhores de entre o rio Tâmega e Sousa.
O rei.

Desde menino que este rei tinha um sonho: fundar o Condado Portucalense.
Costumava subir ao monte, olhar a paisagem em redor e imaginar os melhores lugares para travar as suas batalhas.
Aos 3 anos, Afonso perdeu o pai. Mas um fidalgo valente, que pertencia à família dos Ribadouro, chamado Egas Moniz, tomou conta da sua educação. Esteve sempre ao seu lado, mesmo quando a sua mãe, D. Teresa, só favorecia os fidalgos espanhóis da Galiza, em vez de acreditar no filho e na sua vontade de sonhar e de vir a ser um grande homem..
Com Egas Moniz, Afonso Henriques aprendeu os nomes dos rios e das serras. Com ele, aprendeu a segurar firmemente a espada com que, mais tarde, combateu os inimigos, que eram também os inimigos do reino com que ele sempre sonhou. Afonso, olhava para o céu, pensava no seu pai e acreditava que ele o apoiaria em tudo. Sabia que o que era preciso era sair com as suas tropas e ir tomando cada vez mais terras aos mouros. Nelas, ele mandava construir grandes fortificações de pedra, pois só assim o Condado Portucalense se tornaria um verdadeiro reino, por ser cada vez maior, mais rico e mais povoado.
Agora, só era preciso arranjar maneira para que o futuro reino de Portugal fosse reconhecido pelos outros reinos, principalmente pelo Papa. É que o Papa era mais importante que os reis e todos respeitavam as suas decisões e opiniões. Só que o Papa Alexandre III demorou muito tempo a chegar. Quando chegou, Afonso já era um homem feito. E rei de uma nobre nação que se viria a chamar Portugal.
Os monges.

Os monges, ou frades, pertenciam a uma ordem religiosa e viviam nos mosteiros, afastados de toda a gente. Vestiam o hábito e seguiam uma vida religiosa bastante rígida. Para além de trabalharem no campo, de sol a sol, para não morrerem de fome, ainda passavam o resto do tempo a escrever livros à mão, a guardarem relíquias e a organizar o território. Também era usual fazerem grandes viagens a pé. As chamadas peregrinações, ou jornadas, a lugares sagrados. Faziam o caminho de Santiago de Compostela, na Galiza, em Espanha.
Nessas peregrinações, eles aprendiam muitas coisas. Para além de conhecerem monges de outras ordens religiosas, e de trocarem ideias e opiniões, partilhavam os seus mais recentes conhecimentos e apreciavam a escultura e a arquitetura das igrejas e dos mosteiros que iam vendo pelo caminho.
Assim que os monges de uma ordem religiosa encontravam um território seguro e protegido pelas famílias ricas e nobres, onde corressem rios calmos de águas puras, com terras férteis e pastos verdejantes, contratavam mestres de obras e mandavam construir igrejas e mosteiros de pedra.
Da tal pedra que, depois de transportada, medida e talhada pelos mestres canteiros, pareciam umas autênticas fortalezas! Formavam, assim, as suas comunidades cristãs, as chamadas paróquias.
E aí ficavam a viver… o mestre canteiro, os nobres, os monges e o povo que, alegremente, trabalhava criando gado e cultivando.
P’la Equipa da Biblioteca do Agrupamento de Escolas de Lousada
novembro de 2015
Graça Maria Pinto Coelho
Torre de Vilar: aprender com o património
4 ilustrações de alunos do 4ºB da EB de Cristelos, a partir da visita que fizeram à Torre de Vilar, construída entre a segunda metade do século XIII e o início do século XIV, um testemunho da existência da domus fortis, residência senhorial, fortificada no território do Tâmega e Sousa. Trabalhos de ilustração executados nas aulas, a partir do projeto da Biblioteca do agrupamento em parceria com a Rota do Românico, intitulado “O que as pedras nos contam”.





